Vamos cuidar?

O inverno chegou, mais uma vez. Esta semana demos oficialmente boas vindas às temperaturas mais baixas, ao clima mais seco e ao chocolate quente no meio da tarde. Tem quem goste mais do inverno por sua elegância ao se vestir ou, quem sabe, pelas comidinhas de dar água na boca. Outros talvez se queixem pela preguiça ao se levantar, e pela indisposição para se exercitar. Mas, independentemente da sua preferência, para todos o fato é o mesmo: o inverno traz mudanças e impactos significativos em nossa pele! É preciso se cuidar. E então, vamos para as dicas de plantão?

Uma “capinha” de proteção

É frequente que dermatologistas relatem queixas de seus pacientes a respeito dos desconfortos na pele nesta época do ano. Isso não se dá à toa, já que existe uma “capinha” de proteção na epiderme chamada de manto lipídico. A mesma pode ser facilmente rompida com a combinação de banhos demorados e uma elevada temperatura da água, além do uso de sabonetes inadequados. Quando há o rompimento dessa proteção da pele, ocorre a perda de água para o meio externo, ocasionando assim, opacidade da região, com uma aparência cinza esbranquiçada ou até mesmo, descamativa, podendo gerar a sensação de estiramento, irritação ou coceira. Do ponto de vista imunológico, a pele, nestas condições, fica mais suscetível a infecções.

O cuidado adequado

Quando falamos da necessidade do uso de sabonetes adequados para a pele, falamos de produtos com um pH mais neutro, isentos de detergentes em sua formulação. São os chamados syndets que, por terem as características apresentadas acima, agridem menos a pele. Eles fazem pouca espuma e mesmo sendo menos abrasivos, devem ser aplicados em pequena quantidade e bem enxaguados. Além deles há também os óleos higienizadores, que são menos populares no Brasil. Porém, são uma ótima opção para evitar o ressecamento da pele ou em situações em que há irritações, como os eczemas. Para completar os cuidados, a aplicação de hidratantes deve fazer parte do ritual com a pele no inverno e, de preferência, logo após o banho, para facilitar a penetração dos seus ativos. Existem várias texturas, de acordo com a região do corpo. Para o rosto e regiões com pelos são recomendadas as mais leves e de fácil absorção. Para as áreas mais ásperas, como cotovelos e joelhos, as de texturas mais densas e emolientes. Em relação aos princípios ativos e aromas nos hidratantes, deve-se atentar que, no geral, uma pele seca está muito sensível; por isso é importante aconselhar-se com o dermatologista a fim de não agravar a situação.

E a pele oleosa?

Outro detalhe relevante é que até mesmo as peles oleosas necessitam da aplicação de hidratantes. Algumas ficam extremamente secas, porque a pessoa continua a usar os produtos mais adstringentes da época do verão, ou porque o contato com água quente está levando a um rebote: o vapor quente resseca a pele e, numa tentativa de restaurar a “capinha” de proteção, as glândulas sebáceas passam a produzir mais óleo. Então fica o recado para quem tem pele oleosa: tudo é uma questão de se adaptar ao melhor tipo de hidratante para cada época do ano. Proteção solar Recomenda-se a continuidade do uso do protetor solar no inverno, mesmo tendo uma incidência menor das radiações ultravioletas; em especial, para as pessoas que possuem algum transtorno na pigmentação da pele. As texturas mais cremosas podem ajudar no combate ao ressecamento cutâneo.

A pele fala

Se o organismo estiver funcionando adequadamente, a pele também revelará se o nível de hidratação está de acordo. Para isso, devemos reforçar a ingestão de líquidos ao longo do dia, já que durante o inverno há uma tendência à diminuição do seu consumo.
Para auxiliar aqueles menos afeitos a esta prática, uma boa pedida seria incluir as frutas suculentas, que além de fornecerem líquidos ao organismo, são fontes de vitaminas e antioxidantes naturais, tão essenciais à nossa saúde.

Inverno e a estética

Esta é a melhor época para se realizar tratamentos estéticos? Dermatologistas recebem muitos questionamentos desse tipo. Mas, afinal, qual é a indicação? Grande parte do envelhecimento da pele se deve ao acúmulo da radiação ultravioleta ao longo da vida. Apesar de não ser imprescindível, no geral, sugere-se ao paciente que procure fazer seus procedimentos estéticos durante o inverno. Isso para facilitar o processo de recuperação e cicatrização da pele. Alguns procedimentos exigem o uso de cremes mais densos para o restabelecimento da mesma, o que pode ser difícil no verão. Já para outras pessoas, o fato de ficar sem frequentar praias ou piscinas durante todo o tratamento pode ser sacrificante, da mesma forma que usar mais roupas que cubram a área tratada. Além disso, alguns procedimentos, como o laser e o microagulhamento, levam a um inchaço temporário. E as temperaturas mais baixas auxiliam na regressão mais rápida deste inchaço. Outra questão importante a ser levada em conta é o fato de que alguns destes procedimentos levam a uma renovação celular, propiciando a uma descamação da “pele morta”. Dessa forma, como a pele nova é mais sensível ao sol, é importante que se evite esta exposição durante o tempo estimado pelo seu médico. De qualquer forma, o ideal é fazer um planejamento do tratamento com o dermatologista, para que a sequência seja seguida e os objetivos alcançados. Acima de tudo, cada pele tem uma necessidade e reage de forma única aos procedimentos. Algumas, inclusive, exigem passar por preparo prévio antes da chegada do inverno.

Considerações

E então, agora que você já percebeu a importância de manter esses cuidados prévios e adequar os mesmo a esta época do ano, o que acha de passar com um especialista para fazer a indicação de quais são os produtos ideias para o seu tipo de pele? O cuidar deve ser um ato de amor próprio e de generosidade consigo mesmo. Conte-nos, como está sua pele agora?